china x estados unidos quem vai vencer essa guerra?

O vencedor? Aquele que não tenta adivinhar o futuro.

4/11/20259 min read

Por que uma ação cara não significa uma empresa mais valiosa

O preço de uma ação da Coca-Cola hoje é cerca de 70 dólares, enquanto uma ação do McDonald's custa cerca de 300 dólares.

Diante disso, se você tivesse que chutar qual das duas empresas é mais valiosa, provavelmente escolheria o McDonald's, certo?

Mas você estaria errado. O valor de mercado total do McDonald's é de aproximadamente 220 bilhões de dólares, enquanto o da Coca-Cola é de cerca de 310 bilhões — ou seja, 100 bilhões de dólares a mais que o Mequi.

Pra saber o valor de uma empresa, você precisa olhar o preço de cada ação e também o número de ações que existem. Aí é só multiplicar um pelo outro. Isso se chama "valor de mercado" ou "market cap".

No caso do Mequi, apesar de uma ação ser mais cara do que a da Coca, existem apenas cerca de 715 milhões de unidades. Já a Coca, mesmo com um preço mais baixo por ação, tem mais de 4 bilhões de ações no mercado. Ou seja, o "bolo" da Coca é maior mesmo com fatias menores.

O que define o valor de uma empresa?

Semana passada eu mostrei que o valor de uma empresa é a soma de tudo que ela tem: prédios, estoque, dinheiro em caixa, receita e lucro atual — que são fáceis de medir. Mas o valor também vem da expectativa de lucro no futuro, e isso já é bem mais difícil de prever.

Pensa em duas padarias: uma fatura R$ 10 mil por mês com clientela fiel e estável. A outra fatura o mesmo, mas está num bairro novo em expansão, com potencial de crescer 10x. Qual você acha que vale mais?

No ano de 2024, o Mequi teve uma receita total de quase 26 bilhões e um lucro de quase 9 bilhões. Já a Coca-Cola teve uma receita maior, cerca de 47 bilhões, e um lucro parecido com o do Mequi, de cerca de 10 bilhões.

A grande diferença de valor entre as duas não vem dos números atuais, que nem estão tão distantes assim, mas sim das expectativas de lucro no futuro. Muitos analistas veem a Coca como mais resiliente em tempos de crise, com marcas fortes em mercados emergentes e um portfólio de produtos em expansão.

As 10 empresas mais valiosas do mundo

Pra te ajudar a visualizar o mercado atual, veja abaixo as 10 empresas mais valiosas do mundo atualmente:

  1. Apple – US$ 3,67 trilhões

  2. Nvidia – US$ 3,43 trilhões

  3. Microsoft – US$ 3,21 trilhões

  4. Amazon – US$ 2,24 trilhões

  5. Alphabet (Google) – US$ 2,11 trilhões

  6. Saudi Aramco – US$ 1,78 trilhão

  7. Meta Platforms (Facebook) – US$ 1,55 trilhão

  8. Tesla – US$ 1,13 trilhão

  9. Berkshire Hathaway – US$ 1,01 trilhão

  10. TSMC – US$ 839,6 bilhões

Em 2024, a Apple teve uma receita de aproximadamente 394 bilhões de dólares e um lucro de 94 bilhões. Sim, só o lucro da Apple foi maior do que a receita da Coca-Cola e do McDonald's somadas!

Expectativas importam — e muito

Como mencionei antes, o valor de uma empresa vai muito além dos números atuais — ele representa também as expectativas de lucro futuro.

O que está acontecendo recentemente com essa guerra de tarifas está afetando diretamente as expectativas de lucro das empresas. Quando um governo impõe tarifas sobre produtos importados, as empresas atingidas têm duas opções: ou absorvem esse custo extra e aceitam uma margem de lucro menor, ou repassam o custo para o consumidor final, o que pode diminuir o volume de vendas.

Ou seja, ou a empresa vende menos, ou lucra menos. Nos dois casos, o efeito final é o mesmo: uma queda nas projeções de lucro futuro. E, como o valor de mercado é influenciado diretamente por essas projeções, o preço das ações tende a cair. É isso que temos visto com várias empresas nos últimos meses.

Pega o exemplo de uma montadora americana que exporta carros para a China. Se novas tarifas são aplicadas, o carro fica mais caro no mercado chinês. O consumidor de lá pode optar por uma marca local, e as vendas caem. Resultado: lucro menor, valor menor, ações em queda. Algo parecido também pode acontecer com empresas como a Apple, que depende de uma cadeia de fornecimento global e de vendas em diversos mercados internacionais.

Qual país irá sofrer mais?

Ontem eu fiz a seguinte pergunta no meu Instagram: se você tivesse que escolher apenas um país para investir, qual você escolheria: China ou EUA?

Atualmente, se você soma o valor de todas as empresas americanas, chega a cerca de 45 trilhões de dólares — o país com as empresas mais valiosas do mundo.

Pra você ter uma ideia, a soma do valor de todas as empresas do mundo é de cerca de 75 trilhões. Sim, as empresas americanas representam mais de 60% de todo o mercado.

Em segundo lugar vem o Japão, com cerca de 4 trilhões, depois o Reino Unido, com 2,36 trilhões, e em quarto lugar a China, com aproximadamente 2,20 trilhões.

Lembre-se: os valores das empresas refletem a receita e o lucro que elas têm hoje, e também a expectativa de lucro no futuro. Uma empresa como a Amazon, por exemplo, durante anos deu pouco lucro, mas sempre foi muito valiosa justamente pelas projeções de crescimento.

Se uma empresa vale mais que outra, é porque vende mais, lucra mais e tem uma expectativa maior que as outras. Isso pode ser medido por indicadores como o P/L (preço/lucro), que mostra quanto o mercado está disposto a pagar por cada dólar de lucro.

Os EUA não estão em primeiro lugar à toa. Muitas das empresas de lá não vendem só para os americanos, mas sim para o mundo todo.

Por que é tão difícil escolher a ação certa — e de que país?

Diante de tudo isso, uma questão natural surge para quem está começando: afinal, como escolher boas empresas para investir?

Pra responder isso, você precisa entender se a empresa que você comprou está vendendo bem atualmente, se está lucrando bem, se tem boas perspectivas de crescimento no futuro e, além disso, se o preço atual da ação está justo. Ou seja, é importante avaliar se ela não está muito cara em relação ao seu potencial, porque mesmo uma empresa excelente pode não ser um bom investimento se você pagar caro demais por ela. E essa não é uma tarefa simples.

Todas essas empresas são obrigadas a divulgar seus relatórios com bastante frequência. Então, se você tiver capacidade, pode sentar e analisar os números: está vendendo bem? Está com muita despesa? Está crescendo ou caindo?

Mas esses dados são públicos. Ou seja, junto com você, existem milhões de pessoas vendo os mesmos dados e tomando decisões com base neles.

E é aqui que entra um ponto fundamental: não basta apenas comprar boas empresas, mas sim comprar antes que todos percebam o quão boas elas são.

O grande diferencial está em identificar o potencial antes dele se refletir no preço da ação. Por exemplo, pense na Amazon nos anos 2000, que era apenas uma livraria online. Quem viu o potencial de se tornar a maior varejista do mundo antes de todo mundo, ganhou muito dinheiro. Mas hoje, com o mercado inteiro de olho, esse tipo de oportunidade é cada vez mais raro.

Além disso, você também pode tentar se antecipar a acontecimentos futuros — como uma nova lei, uma mudança fiscal, ou uma guerra comercial. Mas isso exige informação, leitura de cenário e, claro, sorte.

Voltemos ao exemplo da Amazon: talvez, nos anos 2000, existissem dezenas de startups com números mais robustos, projetos mais promissores ou tecnologia mais avançada. Mas, por algum motivo, elas não deram certo. Não tiveram a mesma sorte, o mesmo time, o mesmo CEO ou a mesma capacidade de executar com precisão.

Você jamais pode controlar o inesperado — e ele sempre entra em jogo.

Uma alternativa mais simples e poderosa: ETFs

Se é tão difícil assim, como pode ser bom investir?

Veja esse exemplo:

Eu já falei pra vocês que invisto através de um ETF global. ETFs são fundos que reúnem várias empresas em uma única "cesta" de investimentos. Eles podem ser globais, como o que eu uso, quem tem mais de 3 mil empresas de quase todos países do mund, mas também podem ser regionais (como só da Europa ou América Latina), setoriais (como tecnologia ou saúde) ou temáticos (como energia limpa, robótica, etc.). É uma forma simples de se expor a muitos mercados de uma vez só, sem precisar escolher empresa por empresa.

Mas quando eu invisto 100 dolares em um ETF, isso não significa que esse valor será dividido igualmente entre todas as cerca de 3 mil empresas da cesta desse ETF global. O dinheiro é distribuído de forma proporcional ao valor de mercado de cada empresa. Ou seja, quanto maior a empresa, maior a fatia que ela recebe do investimento.

Por exemplo: dentro desse ETF que eu invisto que busca abranger o mercado inteiro global, o valor total das empresas é de 75 trilhões, a Apple sozinha vale cerca de 3,6 trilhões. Isso quer dizer que a Apple representa cerca de 4% do total.

Portanto, se eu invisto 100 dólares nesse ETF, 4 dólares vão para a Apple.

As 10 maiores empresas que citei acima somadas valem cerca de 20 trilhões e representam aproximadamente 28%.

Isso significa que, de cada 100 dólares que eu invisto, 28 vão diretamente para essas gigantes.

Os outros 72 dólares vão para as demais empresas, cada uma levando sua fatia proporcional ao seu valor de mercado.

Pra você ter uma noção, a soma do valor de todas as empresas brasileiras é de cerca de 460 bilhões, o que representa menos de 1% do total. Isso inclui empresas como Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, Ambev e Banco do Brasil, que são algumas das maiores representações do Brasil dentro dos principais ETFs globais.

Mesmo assim, sua participação é muito pequena quando comparada a gigantes como Apple, Microsoft e Amazon.

Mas e se, por exemplo, as empresas brasileiras crescerem muito, aumentarem sua lucratividade e atraírem mais investidores, passando a representar 3% do valor total do mercado global? Nesse caso, o ETF vai automaticamente realocar uma parte maior do seu dinheiro para essas empresas. Isso acontece porque os ETFs que seguem um índice de mercado são ajustados periodicamente com base na capitalização de mercado das empresas incluídas.

Ou seja, quanto mais uma empresa ou um grupo de empresas cresce em valor de mercado, maior será sua participação dentro do ETF. Isso é feito de forma automática, sem que você precise se preocupar em ficar comprando ou vendendo ações o tempo todo.

Conclusão: investir é simples — e pode funcionar pra você também

Investir é pensar no futuro. Não tem como prever o que vai acontecer, mas com diversificação você se protege e se beneficia.

E o melhor de tudo é que investir não precisa ser complicado. Você não precisa ser um gênio das finanças nem acertar qual será a próxima Amazon. Com uma estratégia simples, passiva e global — como investir em ETFs bem diversificados — você já está dando um passo inteligente rumo ao crescimento do seu dinheiro.

Essa abordagem permite que qualquer pessoa participe do crescimento econômico mundial, com pouco tempo, pouco conhecimento e muito menos estresse. Não se trata de adivinhar o futuro, mas de estar bem posicionado para o que quer que ele traga.

Como eu sempre falo: o resultado médio de crescimento de todas as empresas somadas tem sido de cerca de 10% ao ano nas últimas décadas.

Isso quer dizer que o valor de todas as empresas somadas cresce cerca de 10% ao ano, mas é quase impossível saber quais serão essas empresas.

Dos profissionais que tentam fazer isso, de cada 10, 9 não conseguem.

Investir através de ETFs globais é simples, mas eficaz, porque você tem a sorte de não precisar contar com a sorte. Seja China, EUA ou qualquer outro país — quem crescer mais, você vai se beneficiar.

Se você mora no Reino Unido, ainda tem outras vantagens importantes: pode investir com segurança jurídica, ter acesso a produtos financeiros de qualidade global e aproveitar benefícios fiscais como as contas ISA e pensões com bônus do governo. Além disso, você pode investir em ETFs irlandeses, que têm menor imposto sobre dividendos, e ETFs de acumulação, que reinvestem automaticamente seus lucros sem custos.

E quanto mais cedo você começa, melhor. Por quê? Por causa do efeito dos juros compostos: ao longo do tempo, os rendimentos que você ganha começam a render sobre si mesmos. É o famoso "dinheiro trabalhando para você".

Se você quer saber como começar, entender quais contas abrir e quais os melhores caminhos de acordo com sua realidade, agende uma consultoria com o link abaixo:

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